quinta-feira, 9 de junho de 2011

O que queres ser quando fores grande?

Quando somos pequenos toda a gente nos pergunta “O que queres ser quando fores grande?”
Quando somos mais novinhos a resposta é quase sempre alguma coisa impossível, depois mudamos conforme os dias, o humor e conforme a moda. Depois crescemos mais um bocadinho e somos influenciados pelas pessoas com quem convivemos. Mas não somos influenciados pela profissão delas, somos influenciados pela personalidade delas.
Se conhecemos uma cabeleireira bem-disposta e de quem gostamos, não interessa que nem gostemos de mexer em cabelos ou de moda, queremos ser cabeleireiros. Se sabemos que um futebolista ganha milhões, nem nos interessa se é feliz ou se nós nem gostamos muito de correr atrás de uma bola, queremos ser futebolistas.
Eu não cheguei a passar por esta fase, queria ser veterinária já desde a escola primária. Isto sem nunca sequer ter conhecido uma veterinária nem o trabalho feito por estes profissionais. Só comecei a questionar-me acerca dessa convicção quando terminou o 12º ano e quando ia concorrer à universidade.
Sempre gostei muito de animais, mas gosto deles quando estão contentes e aos saltos, não de animais doentes e que nem se podem mexer muito. Depois lembrei-me que gosto muito mais de animais pequenos como gatos e cães e não de vacas, porcos, cavalos e por ai fora, mas que um veterinário tem que saber tratar de todos, o meu medo de cobras, o não querer passar a vida enfiada numa clínica onde me levam animais a morrer. E depois surgiu também o medo de deixar morrer um animal ou de ter que abater um, pior, o medo de ter que contar a uma criança que o seu amigo tinha morrido…
Então, ali, naquela mesa de café com o livrinho azul dos cursos à frente, mudei completamente o meu rumo e passei por essas fases todas. Primeiro não estudar mais e ir trabalhar, depois enfermagem, direito, biologia, criminologia, engenharia civil, educadora de infância, professora de ciências ou matemática, música… A minha mente fervilhava de ideias e enquanto esperava por um café imaginava-me em qualquer uma dessas profissões.
Mas depois voltei a mim e a minha curiosidade falou mais alto e, dentro do ramo das ciências, claro está, escolhi descobrir. Descobrir o porquê de as coisas acontecerem, o porquê de existirem, como são feitas, descobrir soluções para melhorar o mundo e simplificar a vida. Decidi ser cientista! E mesmo não havendo um investimento muito grande por parte do nosso país na ciência, acho que escolhi bem.
Pelo menos a ideia de ser veterinária passou-me e quando olho para trás não me arrependo nadinha, ainda ontem fui levar o meu cão a apanhar uma vacina e até para o segurar enquanto o veterinário espetava a agulha me custou.

4 comentários:

  1. quando era pequenino tambem queria ser veterinario. vi uma vaca a parir. perdi a vontade. queria - e quero - seguir jornalismo. meti me num curso que não tinha nada a ver e com o qual não tinha sonhado e só me arrependi. se me perguntarem o que quero ser quando for grande vou responder que quero ser feliz. não sei se vou ser jornalista, não sei se vou ser... varredor de ruas, ou se vou ser gigolo. é essa a magia de ser puto. não nos importamos com o que não vamos ser, e sim com o que podemos ser.

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  2. Ahah, ainda bem que eu nunca vi nenhuma vaca a parir, só a minha gata e já achei nojento que chegue.
    Quando fores um jornalista famoso prometo que te leio :) até lá leio o teu blog

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  3. é como diz o Quim barreiros, 'foi picada de enfermeiro, foi picada de enfermeiro, a barriga está a crescer e o povo a dizer: foi picada de enfermeiro'.

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