domingo, 25 de setembro de 2011

Alguém me pode dizer o que se passa? Parece que o meu blog é distribuidor de software malicioso...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ser estagiário

Outro dia li um texto sobre estagiários e lembrei-me de como é mau ser estagiário.
Primeiro estamos ali sem nos pagarem, tipo aprendizes, antes do 25 de Abril. Trabalhamos tanto ou mais que os outros, às vezes, para mostrar que somos capazes e merecedores de um posto de trabalho. No final há sempre uma alma que vai verificar o trabalho que fizeste, o que me enerva solenemente.
Somos infinitamente gozados e maltratados pelos colegas mais velhos. A mim mandavam-me todos os 15 dias à câmara frigorífica de -20º só para buscar uns tubos. E não era uma câmara em que só metes lá as mãozinhas, não, tinha que entrar lá dentro e ainda procurar a merda da caixa dos tubos. Parecia que a mudavam de sítio para se poderem rir mais de mim. Saía de lá com os pulmões quase em gelo e a orientadora com um sorriso de orelha a orelha do lado de fora.
Na hora de almoço é o estagiário que vai buscar o café para todos, mesmo que não queira café.
Quando já não temos nada para fazer naquele dia mas temos que cumprir os horários e, por isso só podemos sair às 18h e já estamos mais que fartos de olhar para o relatório final (o meu estágio foi curricular), caímos na tentação do facebook/msn/blogs. Estás na net, mas cheio de medo de ser apanhado sem ser a ler artigos relacionados com o teu trabalho. E mesmo que tenhas o “chefe”na mira, ele arranja maneira de te apanhar.
E para finalizar, por mais que te esforces, no final do estágio, és simplesmente substituído por outro estagiário. Para quê pagar-te se o outro que chega vai fazer o mesmo e de graça?

sábado, 17 de setembro de 2011

O meu Quarto de Banho

É engraçado como nunca damos valor ao que temos. Eu, pelo menos, confesso que nunca dou o devido valor ao meu quarto de banho… Até ao dia em que fico acampada mais de três noites.
E isto porquê? Porque a Caracóis sofre da síndrome de não conseguir cagar num quarto de banho público. Já na casa de amigos é difícil, só mesmo em caso de necessidade absoluta, quanto mais num WC público…
Mas a melhor situação foi no ano em que fui morar sozinha. Nas duas primeiras semanas era horrível, um sentimento de que não estava na minha casa invadia-me e impedia-me de defecar. Ou seja, andava inchada até ao fim de semana e só cagava quando chegava a casa, mas depois lá me habituei.
Em casas de banho públicas já é completamente impossível, mas completamente! 
É um sentimento de falta de privacidade tremendo, além de normalmente serem tão minúsculas e cheirarem tão mal que o único desejo de uma pessoa é sair dali o mais rápido possível. E nem vou comentar quando, ao invés de uma sanita, me deparo com uma latrina, que para quem não sabe são aqueles buracos no chão com apoio para os pés, ou mesmo sem apoio.
E é isto, foi extremamente bom voltar a casa e reencontrar a minha casa de banho, a minha sanita - que juro, quase me abracei a ela - e a minha privacidade.
E banho de água quente? Um luxo, um luxo!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Indignação

Ultimamente tenho notado que cada vez mais jovens dizem que não ligam à política e que nem vão votar, e dizem isto com orgulho, como se isso fosse uma opção inteligente.
E eu juro que não entendo isto. O voto é a arma mais forte de um povo. Se não estamos bem com o governo que temos, qual a maneira mais fácil que temos de demonstrar isso? O voto.
A abstenção não é mais nada do que dizer “eu estou bem, pode continuar assim” e essa não é a realidade do nosso país. Não entendo quando, sem sequer ler as propostas e os programas apresentados pelos partidos políticos dizem que “são todos iguais”. Isto é o que eles querem que acreditemos, que tanto vale um como outro, mas não é assim. Abram os olhos!!!
Nós, o povo, não estamos bem, e não é calados, como pede o senhor primeiro-ministro, que devia ter vergonha no focinho, que vamos resolver a situação.

Não tenho bem a certeza, acho que já deixei aqui este texto, mas vou deixar de novo:
O Analfabeto Político 

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Bandeira Comunista

Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.
Foi como se as mãos partidas
ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.



À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.
E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.


Pois quando o povo é cristão
também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.
Por isso quando os burgueses
nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.


E a cada novo assalto
cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.

José Carlos Ary dos Santos.