O meu quarto

Se há coisa que detesto é certamente uma casa extremamente arrumada, daquelas em que parece que não vive lá ninguém. Pior ainda se estiver a falar do quarto. Abrir a porta de um quarto e aquilo estar perfeito, com tudo nos lugares certos, é terrível.

O meu quarto não é para estar arrumado. O meu quarto é para ser um local confortável e acolhedor, onde eu me sinta bem. Quero lá saber se os sapatos não estão na sapateira, se tem alguma camisola fora do armário, se a bijuteria está numa caixa toda a monte ou se tenho a cama por fazer… E é isto que a minha mãe não entende. Nem ela nem as outras mães.

Para as mães mandar arrumar o quarto é uma coisa banal. Acho que há algumas que o fazem todos os dias. Quando eu tiver filhos prometo que em vez de os mandar arrumar o quarto vou antes dizer “apanha só aquela roupa suja lá do canto que o resto eu não me incomodo!”

Porque o meu quarto é meu. Porque é o meu ponto de abrigo e se ele não estiver confortável, se eu não me sentir bem lá, onde é que eu me sinto bem? Onde é o meu lugar quando nem no meu sítio da casa eu estou bem?

 Hoje arrumei o meu quarto e estou a sentir falta da minha desorganização onde nada estava no sítio certo, mas eu sabia de tudo. Amanhã desarrumo de novo!